quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Três Verdades Óbvias (e Uma Nem Tanto) Sobre Iluminação Cênica

Você precisa criar a iluminação de uma peça, mas não sabe o que fazer?
Antes de escolher as cores que vai usar, você precisa pensar primeiro o que iluminar.

Ilumine quem está atuando
Quando vamos ao teatro queremos ver atores e atrizes, não é verdade? E na escuridão ninguém enxerga. É aí que entra o trabalho do(a) Iluminador(a) Teatral ou Iluminador(a) Cênico(a). Portanto, por mais óbvio que pareça, a primeira função do(a) Iluminador(a) é mostrar quem está atuando. Ou seja, quando você for iluminar uma peça de teatro, primeiro direcione luz para quem está em cena.

Ilumine o que se relaciona com quem está atuando (cenário e adereços)
Quando o ator ou a atriz entra em cena, de certo modo, ele ou ela contracena com o cenário. Isso tem que ser mostrado, senhor iluminador! Luz no cenário!
E se uma pessoa atua com um adereço enorme como, por exemplo, um chapéu com um metro de altura, não basta iluminar o ator: o chapéu tem que ser visto em toda a sua extensão. Luz nele!

Não ilumine quem não está atuando 
Quando uma pessoa está no palco, mas não está atuando, não deve ser iluminada. Se uma pessoa no palco não tem ação, desconfie que ela não está em cena. A direção da peça vai lhe esclarecer. Não fique com dúvida e pergunte sempre que necessário, porque essa informação é essencial para você decidir se vai ou não iluminar essa parte do palco. A luz só deve mostrar quem está atuando!


Dica extra
Use de educação e polidez para se dirigir à diretora ou ao diretor, atrizes e atores, assim como a todas as pessoas da produção e do teatro. Todos os iluminadores são pessoas educadas e inteligentes. Muitas vezes precisamos pedir para repetir cenas ou para alterar algumas marcas por dificuldades técnicas. Tudo isso acontece em momentos que todo o elenco está com os nervos à flor da pele (perto da estreia) e qualquer palavra fora do lugar pode desencadear uma interrupção desnecessária.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Sou Iluminador Teatral. Uma questão de princípios.

Muita gente chama esta profissão de Lighting Designer, porque acham que é mais "chique" ou pomposo, mas eu acho que esse nome não condiz com o que faço.
Em primeiro lugar, sou brasileiro, amo minha terra, falo português, já bastaria para eu não usar essa denominação dentro do meu próprio país. Segundo, sou essencialmente de teatro. É importante ter essa palavra na profissão: Teatral. Terceiro e mais importante, fui introduzido na arte da iluminação pelo mestre Aurélio de Simoni, um "emendador de fio e acendedor de lampadinha" segundo ele mesmo. O cara é um dos melhores profissionais da sua área e ainda é humilde! Quero me aproximar ao máximo do que ele é. Usar um nome estrangeiro aqui no Brasil, quando temos um nome bonito na nossa língua, só me afasta do que ele representa e não me torna melhor em nada.